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- O Mundo Sombrio que Traz o Fim da Esperança (Novel)
- Capítulo 13 - A Origem que Nunca Foi Contada
Yumi acordou no chão frio de uma sala desconhecida.
O teto era alto, curvo, feito de madeira apodrecida e raízes entrelaçadas. Um som de gotas caindo preenchia o silêncio, e a luz que vinha das frestas parecia dançar — como se estivesse presa em um ciclo, voltando sempre ao mesmo ponto.
Ela tentou se levantar, mas algo a impedia.
Suas mãos estavam cobertas por símbolos que antes não existiam. Marcas escuras, como se tivessem sido queimadas ali por um ferro invisível.
Na parede à sua frente, algo foi rabiscado com pressa:
“O que você viu até agora… era apenas o eco. A história real começa aqui.”
Yumi cambaleou até a porta, que se abriu sozinha ao seu toque. Do lado de fora, o mundo parecia silencioso demais. Não havia pássaros. Nem vento.
Mas havia fumaça.
Cinza, espessa, saindo de pequenas chaminés de pedra.
Yumi reconheceu os contornos da antiga Aldeia Izuro, um lugar que não existia mais nos mapas. Onde os relatos falavam de um “despertar” que enlouqueceu seus moradores… décadas antes da queda de Yukigakure.
Ela se aproximou de uma casa coberta por musgo e neve eterna. Ao entrar, encontrou uma velha fita de gravação, parcialmente derretida. No interior, ainda legível:
Registro 001 – Equipe Sayuri. Local: Izuro – ano desconhecido.
Os sintomas voltaram. Mas eles não se lembram. Ninguém lembra. A cidade apaga o tempo. E agora… ela quer escrever sua própria história.
Enquanto isso, em um lugar fora do tempo, Sayuri observava fragmentos de espelhos flutuando ao redor de um altar.
Cada espelho mostrava um pedaço da história — como um livro rasgado, espalhado por mãos diferentes. Alguns mostravam Aiko criança. Outros mostravam Yumi… antes de nascer.
Sayuri sorria, mas seu rosto estava incompleto. Partes dele se desmanchavam no ar, como poeira.
— Trinta voltas. Trinta véus. Só então o ciclo se completa, ela sussurrou.
— E só então… a Verdade se libertará.