Yumi caminhava pelas salas silenciosas da delegacia… ou do que parecia ser a delegacia. A névoa a envolvia como se quisesse convencê-la de que ali não havia mais ninguém, que tudo era um eco do passado. Mas algo não se encaixava.

Em cima da mesa do diretor, ela encontrou um crachá:

“Departamento de Investigação Sobrenatural de Nakiro – Diretor: Tenente Keiji Hoshino.”

Ela conhecia aquele nome. Ele foi o responsável por organizar a missão de busca em Yukigakure… antes de todos desaparecerem.

Yumi começou a se lembrar. Fragmentos desconexos: a sirene da evacuação, ordens de retirada, o chão tremendo. Eles não tinham sido mortos. Tinham fugido.

Com esforço, Yumi abriu a porta de ferro trancada no fundo do corredor — a antiga sala de arquivos confidenciais. Lá dentro, encontrou gravações antigas. Vídeos em VHS rotulados com datas e códigos:

“Projeto: Chaves”

“Operação Bruma Escura”

“Anomalia Aiko”

Ela estremeceu ao ver a última. Inseriu a fita no aparelho. A imagem estava distorcida, mas uma voz masculina começou a falar:

— Registro secreto. Yukigakure é o ponto de intersecção. Aiko Arakawa reagiu ao espelho antes de qualquer outro. Ela é a primeira chave. Yumi, a segunda. Se ambas forem seladas… o Portador poderá emergir.

A gravação terminou abruptamente. Uma batida forte ecoou do corredor.

Yumi se virou, mas nada estava ali. Ou melhor — ninguém visível.